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Alexis Tsipras, eleições europeias 2014, GUE/NGL, Jean-Claude Juncker, José Bové, Martin Schulz, Parlamento Europeu, Partido Socialista, PPE, S&D, Ska Keller, Verdes/ALE
No próximo dia 25 de Maio de 2014, os portugueses vão ser chamados às urnas para eleger os 21 eurodeputados portugueses que nos irão representar nos próximos 5 anos no Parlamento Europeu. Desta vez, o nosso voto irá também contribuir para a eleição do sucessor de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. De acordo com o Tratado de Lisboa o Conselho Europeu, formado pelos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia, deve respeitar o resultado das eleições europeias e a escolha dos cidadãos ao propor um candidato a Presidente da Comissão, que será eleito pelo novo Parlamento Europeu.
Este fato obrigou a que pela primeira vez na história os candidatos a presidente da Comissão Europeia, das diferentes famílias políticas europeias, fossem apresentados antes das Eleições para o Parlamento Europeu.
O Partido Popular Europeu (PPE), a maior força política no Parlamento Europeu e da qual são membros em Portugal o PSD e o CDS-PP, apresentou como candidato o Ex. Primeiro Ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker; os Socialistas e Democratas (S&D), de que faz parte o Partido Socialista, apresentaram o alemão Martin Schulz; a Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL), da qual são membros o Bloco de Esquerda e a CDU, apresentou o grego Alexis Tsipras e os Verdes/Aliança Livre Europeia (Verdes/ALE), onde esteve Rui Tavares depois da rutura com o Bloco de Esquerda, apresentou José Bové e Ska Keller.
Jean-Claude Juncker e o PPE têm liderado as sondagens. Juncker é um dos líderes mais experientes da Europa. Foi Primeiro-Ministro do Luxemburgo durante quase 20 anos (1995 até 2013) e presidente do Eurogrupo de 2005 a 2013. Assume-se como “amigo” de Portugal, onde estará em campanha nos próximos dias 17 e 18 de Maio.
Em segundo lugar nas sondagens aparece o alemão Martin Schulz, que tem usado em seu favor na campanha o fato de ser o atual presidente da Parlamento Europeu. No entanto, tem em seu desabono a conotação de ser membro do partido que está coligado no governo alemão com a Chanceler Ângela Merkel.
Em Portugal também são os partidos de centro direita e centro esquerda que lideram as sondagens. Embora sejam 16 o número de listas que se apresentaram a eleições, a dúvida sobre a vitória eleitoral reside na “Aliança Portugal” – PSD/CDS-PP ou no Partido Socialista.
Ambos apresentam candidatos com experiência no Parlamento Europeu, embora com resultados diferentes. Paulo Rangel, atualmente vice-presidente do Grupo do PPE, foi dos eurodeputados mais ativos no atual mandato com cinco relatórios aprovados. Por seu lado, Francisco Assis, durante o seu mandato de 2004 a 2009, não produziu um único relatório. Também a assiduidade não parece ter sido o seu ponto forte, tendo comparecido somente a 65% das sessões plenárias.
Ambos já iniciaram a campanha, mas a política nacional tem sido sobreposta à política europeia. Por uma questão tática há quem esteja mais preocupado em elevar a discussão para as questões nacionais, no entanto as próximas eleições europeias não devem ser consideradas como as “primárias” para as eleições legislativas, pois se assim fosse teríamos de punir quem nos levou à banca rota e obrigou o país a pedir ajuda externa, com todos os sacrifício que isso tem acarretado às famílias portuguesas.
Esperamos que a campanha possa contribuir para o debate e esclarecimento do que cada candidato pensa e defende para a Europa. É desígnio de todos os candidatos procurarem envolver e sensibilizar os cidadãos para a importância destas eleições. Convém relembrar que nas últimas eleições europeias foram menos de 40% dos portugueses que escolheram os nossos representantes no Parlamento Europeu. Um número muito reduzido para tamanha responsabilidade.
*Artigo publicado no Jornal “O Basto”.