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No passado dia 29 de Maio decorreu, na cidade de Guimarães, mais uma Assembleia Intermunicipal da CIM do Ave.

Da ordem de trabalhos constava a apreciação e votação do Relatório de Contas do Ano Económico de 2009, bem como a apreciação e votação da proposta do Conselho Executivo para a criação da Agência de Energia do Ave, Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada (AE do AVE).

No primeiro ponto votei favoravelmente, a informação fornecida foi esclarecedora e detalhada, assim como,  foi entregue com um prazo suficiente para a sua análise.

O segundo ponto mereceu a minha abstenção. Considero a criação da agência de energia válida, no entanto, alguns factores deixaram-me reticente quanto ao processo da sua criação:

– A AMAVE e a CIMAVE subscrevem capital social da AE do AVE, ora os municípios que integram ambas as entidades possuem duplicação de voto, o que não é o caso de Mondim de Basto que fica prejudicado;

– A agência de energia já existia com outros estatutos e sob a alçada da AMAVE, no entanto não se conhece trabalho efectuado de relevo. Essa falta de actividade foi inclusive assumida por alguns dos seus membros no decorrer da discussão na Assembleia da CIM do Ave;

–  O argumento para a falta de actividades de relevo da anterior agência foi atribuído à falta de preparação dos municípios para esta matéria. Sendo a AMAVE constituída por esses mesmos municípios não posso aceitar tal facto;

– 30 % do capital será entregue a entidades diversas. Entre essas entidades está o grupo EDP, que poderá vir a ser um dos clientes/fornecedores na venda e distribuição de energia. Vejo nesta relação uma duplicação de interesses.

Em conclusão, o que está em causa não são as vantagens que a AE do AVE poderá vir a trazer, mas sim aspectos importantes que me suscitaram dúvidas no processo da sua criação. A proposta foi aprovada com um voto contra e 8 abstenções.